DEPRESSÃO: CONHECER PARA MELHOR TRATAR




Vamos falar de uma doença que atinge milhões de pessoas atualmente no mundo: a depressão. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS) até 2030 a depressão será a principal doença a afetar a humanidade. Hoje a estimava é que 121 milhões de pessoas no mundo sofram desse mal, sendo que 17 milhões são brasileiros. De acordo com um levantamento do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) 74.418 trabalhadores foram afastados de suas atividades em decorrência da depressão no ano de 2007.


TRATAMENTO

Como em todos os transtornos psicológicos, muitos “mitos” e desinformações atrapalham as pessoas que necessitam de cuidados. Porém, seguindo o tratamento correto, os resultados podem ser satisfatórios na grande maioria dos casos. Estudos apontam que 70% dos pacientes respondem bem ao tratamento e os outros 30% apresentam respostas parcial ou sem qualquer sinal de melhora. A prática clínica nos mostra que de um ano a dois, aproximadamente, é possível vermos melhora significativa no quadro quando uma terapêutica correta é aplicada. E qual é a mais correta? Pesquisas internacionais apontam que a conjugação de antidepressivos e psicoterapia apresenta melhoras mais rápidas e com menor nível de reincidência. Então, em todos os casos de depressão deve-se tomar medicamentos? Nem sempre. Existem graus de depressão e o médico é o profissional que determinará se há indicação ou não ao uso. E a psicoterapia, é fundamental? Sim. Só o uso do medicamento até é capaz de aparentemente deixar a pessoa em melhor estado de ânimo, porém, as sessões de psicologia propiciam reformulações cognitivas e ajudam a pessoa a rever seus comportamentos, valores e decisões possibilitando que uma transformação verdadeira aconteça. Por isso que há muitos relatos de pessoas que passaram por momentos depressivos e acreditam que a doença as ajudou a ver muitas coisas em suas vidas. Porém, não que a doença seja benéfica, mas os tratamentos, principalmente a psicoterapia, é que proporcionou uma nova visão do mundo e de si mesmo.

Voltando ao tema do tratamento, infelizmente ainda há profissionais de ambos os lados - médicos e psicólogos- que acreditam que podem resolver sozinhos os casos de seus pacientes. Essa atitude muitas vezes pode prolongar o sofrimento, sem considerarmos o tempo e o investimento financeiro. Referente a psicoterapia é muito importante que as pessoas certifiquem-se que o “terapeuta” é realmente um psicólogo formado. Hoje há muitos anúncios de pessoas sem formação nenhuma na área da saúde que prometem tratar a depressão e, infelizmente, não existe órgão regulador para impedir estas práticas. Os maiores prejudicados são os pacientes que perdem tempo e dinheiro em terapias sem solução, na grande maioria dos casos.
E qual a melhor abordagem psicológica a adotar? Antes de preocupar-se com  “linha” terapêutica, o mais importante é que primeiramente o paciente sinta segurança e empatia pelo profissional. O que vemos na prática é que as técnicas mais apropriadas podem não valer nada se o/a terapeuta não estabelecer um bom vínculo com seu paciente. Logo, se não há vinculo, não há confiança, respeito, credibilidade e, consequentemente, avanço no processo de cura. Claro que só a empatia também não resolverá. A de considerar também o profissionalismo, a maturidade e o conhecimento técnico. Assim, seguir uma indicação de uma pessoa próxima ou de outro profissional da saúde pode ser a melhor forma para uma boa escolha. Caso a pessoa esteja em um grau avançado de depressão e não busque ajuda, é importante que os familiares ou amigos o façam. Quem sofre de depressão merece atenção especial e precisa verdadeiramente de ajuda.


Certas atitudes para diminuir os estados depressivos :

1. Mesmo que o corpo resista, pratique atividade física. Comece com 15 minutos diários e aumente gradativamente.

2. Tome sol. O sol ajuda a produzir vitamina D e ela está relacionada com a produção de serotonina, o neurotransmissor responsável pelo bom humor. Busque os primeiros raios da manhã e concentre-se na sua respiração por alguns minutos.

3. Mastigue bem os alimentos. Não coma nem muito rápido e nem em demasia. Procure alimentos frescos, principalmente frutas, verduras e grãos.

4. Assista televisão moderadamente. Noticiários e filmes violentos só aumentam a negatividade. Substitua por leituras positivas, pois servirão como “alimentos sadios” para a mente.

5. Não reproduza as informações negativas. Busque, na medida do possível, se fixar nas coisas boas e não reproduzir as negativas.

6. Mantenha os ambientes de convívio limpos, arejados e com aromas. Roupas também sempre limpas e, mesmo se não for sair, use perfumes agradáveis.

7. Busque ajuda profissional. É muito comum encontrarmos pessoas que se sentem deprimidas “desde sempre”. Lembre-se: o tempo não resolverá as coisas. E amigos e familiares não compreendem a depressão como o profissional da saúde.